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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Direito de matar?



- O que entristece é que sempre de novo surgem iniciativas para legalizar a matança das crianças antes de elas nascerem. Está na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara de Deputados o Substitutivo ao Projeto de Lei Nº 1.135/91, de autoria da Deputada carioca Jandira Feghali (PCdoB). Diz o artigo primeiro: “Toda mulher tem o direito à interrupção voluntária de sua gravidez, realizada por médico”. É bom notar: matar a criança é direito de toda mulher.

Existe por parte de parlamentares a preocupação com a saúde da mulher. Isto é justo e louvável. A moral clássica já afirmava que, se a mãe está em perigo de vida e se o tratamento tem como conseqüência a morte da criança, é questão de duplo efeito. Isto é, o objetivo visado é a vida da mãe e não a morte da criança. Não é disto que se trata aqui.

O projeto de Jandira dá “a toda mulher o direito” de matar o nascituro, mulher ou homem. Parece incrível, mas é verdade. E mais: é chocante.

Trata-se do direito de eliminar o ser humano mais indefeso e inocente. É a negação do direito humano mais fundamental: ver preservada a vida do começo de sua existência até a morte natural.

Nós temos legisladores de boa formação, católicos e não-católicos. Esperamos deles a proteção aos direitos humanos fundamentais em nosso país.

O povo brasileiro crê em Deus, é bondoso e criativo. Será que nós não conseguimos nos organizar socialmente sem eliminar os mais fracos?

Na liturgia das horas (quarta-feira, Laudes) temos a linda antífona: “Fazei-me sentir vosso amor desde cedo”. Se queremos um povo feliz, harmonioso e solidário, acolhamos nossas crianças assim: “Desde o seio materno sintam o nosso amor”.

Foi maravilhoso quando nasceu o primeiro filho de um casal amigo. Com a mãe trabalhava uma senhora, de modo que as duas se comunicavam bastante. A surpresa foi que o pequeno ia no colo da senhora com a mesma espontaneidade com que ficava no colo da mãe. Diante da minha admiração, a mãe explicou: “Ele está acostumado às nossas vozes bem antes de nascer”.

Dom Sinésio Bohn
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

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