O indivíduo humano começa com a concepção. Concepção ou fertilização é a união dos dois gametas: o óvulo (gameta feminino) e o espermatozóide (gameta masculino).
"O primeiro dado incontestável, esclarecido pela genética, é o seguinte: no momento da fertilização, ou seja, da penetração do espermatozóide no óvulo, os dois gametas dos genitores formam uma nova entidade biológica, o zigoto, que carrega em si um novo projeto-programa individualizado, uma nova vida individual." (ELIO SGRECCIA, Manual de Bioética; I - Fundamentos e Ética Biomédica, São Paulo, Edições Loyola, 1996, p.342).
"As duas respectivas células gaméticas têm em si um patrimônio bem definido, o programa genético, reunido em torno dos 23 pares de cromossomos: cada uma das células gaméticas tem a metade do patrimônio genético em relação às células somáticas do organismo dos pais e com uma informação genética qualitativamente diferente das células somáticas dos organismos paterno e materno. Esses dois gametas diferentes entre si, diferentes das células somáticas dos pais, mas complementares entre si, uma vez unidos ativam um novo projeto-programa, pelo qual o recém-concebido fica determinado e individuado. Sobre essa novidade do projeto-programa resultante da fusâo dos 23 pares de cromossomos não existe a menor dúvida, e negá-lo significaria rejeitar os resultados certos da ciência." (idem).
"Para resumir e confirmar o que foi dito até aqui, relembro o conteúdo do documento "Identidade e estatuto do embrião humano" do Centro de bioética da Universidade Católica, que assim se pronuncia a esse respeito: "A primeira ordem de dados deriva do estudo do zigoto e de sua formação. Desses dados conclui-se que, durante o processo de fertilização, mal o óvulo e o espermatozóide - dois sistemas celulares teleologicamente programados - interagem, imediatamente se inicia um novo sistema, que tem duas características fundamentais:
1. O novo sistema não é uma simples soma de dois subsistemas, mas é um sistema combinado, que, a seguir à perda da própria individuação e autonomia por parte dos dois subsistemas, começa a operar como uma nova unidade, intrinsecamente determinada a atingir sua forma específica terminal, se forem postas todas as condições necessárias. Daí a clássica e ainda corrente terminologia de `embrião unicelular' (one cell embryo).
2. O centro biológico ou estrutura coordenadora dessa nova unidade é o novo genoma de que está dotado o embrião unicelular, ou seja, os complexos moleculares - visivelmente reconhecíveis em nível citogenético nos cromossomos - que contêm e conservam como que na memória um desenho-projeto bem definido, com a 'informação' essencial e permanente para a realização gradual e autônoma desse projeto. É esse genoma que identifica o embrião unicelular como biologicamente humano e especifica sua individualidade. É esse genoma que confere ao embrião enormes potencialidades morfogenéticas, que o próprio embrião irá executando gradualmente durante todo o desenvolvimento, por meio de uma contínua interação com seu ambiente tanto celular como extracelular e das quais recebe sinais e materiais"" (idem, página 343, citando CENTRO DE BIOÉTICA, Universidade Católica del Sacro Cuore, Identità e statuto dell'embrione umano, 22.06.1989, "Medicina e Morale", 1989, 4 (supl.), pp. 665-666).
"O fato que se deve notar de modo especial é que esse novo programa razão é inerte nem 'executado' por órgãos fisiológicos maternos, os quais se serviriam do programa do modo como um arquiteto se serve do projeto, ou seja, como um esquema passivo, mas é um novo projeto que se constrói a si mesmo e é o ator principal de si. Ainda que permaneçam ativos por algum tempo os sistemas de informação de origem materna que tinham levado o óvulo à maturação, entram em ação, todavia, desde o primeiro momento da fertilização, os sistemas de controle do zigoto, que assumem totalmente seu controle antes mesmo da implantação: da formação dos blastômeros por replicação-duplicação até a formação do blastocisto e a nidação, o piloto ou o arquiteto da construção é constituído pelo que vem da informação genética intrínseca à nova realidade" (ELIO SGRECCIA, Manual de Bioética; I - Fundamentos e Ética Biomédica, São Paulo, Edições Loyola, 1996, p.343-344). O DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO
Propriedades do desenvolvimento embrionário:
1. Coordenação. Em todo o processo da formação a partir do zigoto, há uma sucessão de atividades moleculares e celulares sob a guia da informação contida no genoma e sob o controle de sinais originários de interações que se multiplicam incessantemente em todos os níveis, dentro do próprio embrião e entre este e seu ambiente. Justamente dessa guia e desse controle é que deriva a expressão coordenada de milhares de genes estruturais que implica e confere um vínculo estreito com o organismo que se desenvolve no espaço e no tempo.
2. Continuidade. O 'novo ciclo vital' que se inicia com a fertilização prossegue sem interrupção - se se verificam as condições exigidas. Os eventos, p. ex. a replicação celular, a determinação celular, a diferenciação dos tecidos c~ a formação dos órgãos, aparecem, obviamente, como sucessivos. Mas o processo em si mesmo da formação do organismo é contínuo. É sempre o mesmo indivíduo que vai adquirindo sua forma definitiva. Se esse processo fosse interrompido, a qualquer momento, teríamos a morte do indivíduo. ]
3. Gradação. É uma lei intrínseca do processo de formação de um organismo pluricelular o fato de ele adquirir a sua forma final através da passagem de formas mais simples a formas cada vez mais complexas. Essa lei da gradação na aquisição da forma terminal implica que o embrião, a partir do estado de célula, mantenha permanentemente sua própria identidade e individualidade através de todo o processo (cf. ELIO SGRECCIA, Manual de Bioética; I - Fundamentos e Ética Biomédica, São Paulo, Edições Loyola, 1996, p.344-345).
A Fecundação ou Concepção ou Fertilização A fecundação do óvulo pelo espermatozóide se dá, de 12 a 24 horas após a ovulação. O zigoto avança para o útero, ao mesmo tempo que se iniciam no seu interior as primeiras divisões celulares. A Implantação ou Nidação Cerca de seis dias depois da fertilização, o processo de multiplicação da célula está em curso e o embrião (agora chamado blastócito) começa a implantar-se no revestimento nutriente do útero, o endométrio. A implantação no útero se completa em torno do 12º dia após a fertilização.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente da Provida de Anápolis
"O primeiro dado incontestável, esclarecido pela genética, é o seguinte: no momento da fertilização, ou seja, da penetração do espermatozóide no óvulo, os dois gametas dos genitores formam uma nova entidade biológica, o zigoto, que carrega em si um novo projeto-programa individualizado, uma nova vida individual." (ELIO SGRECCIA, Manual de Bioética; I - Fundamentos e Ética Biomédica, São Paulo, Edições Loyola, 1996, p.342).
"As duas respectivas células gaméticas têm em si um patrimônio bem definido, o programa genético, reunido em torno dos 23 pares de cromossomos: cada uma das células gaméticas tem a metade do patrimônio genético em relação às células somáticas do organismo dos pais e com uma informação genética qualitativamente diferente das células somáticas dos organismos paterno e materno. Esses dois gametas diferentes entre si, diferentes das células somáticas dos pais, mas complementares entre si, uma vez unidos ativam um novo projeto-programa, pelo qual o recém-concebido fica determinado e individuado. Sobre essa novidade do projeto-programa resultante da fusâo dos 23 pares de cromossomos não existe a menor dúvida, e negá-lo significaria rejeitar os resultados certos da ciência." (idem).
"Para resumir e confirmar o que foi dito até aqui, relembro o conteúdo do documento "Identidade e estatuto do embrião humano" do Centro de bioética da Universidade Católica, que assim se pronuncia a esse respeito: "A primeira ordem de dados deriva do estudo do zigoto e de sua formação. Desses dados conclui-se que, durante o processo de fertilização, mal o óvulo e o espermatozóide - dois sistemas celulares teleologicamente programados - interagem, imediatamente se inicia um novo sistema, que tem duas características fundamentais:
1. O novo sistema não é uma simples soma de dois subsistemas, mas é um sistema combinado, que, a seguir à perda da própria individuação e autonomia por parte dos dois subsistemas, começa a operar como uma nova unidade, intrinsecamente determinada a atingir sua forma específica terminal, se forem postas todas as condições necessárias. Daí a clássica e ainda corrente terminologia de `embrião unicelular' (one cell embryo).
2. O centro biológico ou estrutura coordenadora dessa nova unidade é o novo genoma de que está dotado o embrião unicelular, ou seja, os complexos moleculares - visivelmente reconhecíveis em nível citogenético nos cromossomos - que contêm e conservam como que na memória um desenho-projeto bem definido, com a 'informação' essencial e permanente para a realização gradual e autônoma desse projeto. É esse genoma que identifica o embrião unicelular como biologicamente humano e especifica sua individualidade. É esse genoma que confere ao embrião enormes potencialidades morfogenéticas, que o próprio embrião irá executando gradualmente durante todo o desenvolvimento, por meio de uma contínua interação com seu ambiente tanto celular como extracelular e das quais recebe sinais e materiais"" (idem, página 343, citando CENTRO DE BIOÉTICA, Universidade Católica del Sacro Cuore, Identità e statuto dell'embrione umano, 22.06.1989, "Medicina e Morale", 1989, 4 (supl.), pp. 665-666).
"O fato que se deve notar de modo especial é que esse novo programa razão é inerte nem 'executado' por órgãos fisiológicos maternos, os quais se serviriam do programa do modo como um arquiteto se serve do projeto, ou seja, como um esquema passivo, mas é um novo projeto que se constrói a si mesmo e é o ator principal de si. Ainda que permaneçam ativos por algum tempo os sistemas de informação de origem materna que tinham levado o óvulo à maturação, entram em ação, todavia, desde o primeiro momento da fertilização, os sistemas de controle do zigoto, que assumem totalmente seu controle antes mesmo da implantação: da formação dos blastômeros por replicação-duplicação até a formação do blastocisto e a nidação, o piloto ou o arquiteto da construção é constituído pelo que vem da informação genética intrínseca à nova realidade" (ELIO SGRECCIA, Manual de Bioética; I - Fundamentos e Ética Biomédica, São Paulo, Edições Loyola, 1996, p.343-344). O DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO
Propriedades do desenvolvimento embrionário:
1. Coordenação. Em todo o processo da formação a partir do zigoto, há uma sucessão de atividades moleculares e celulares sob a guia da informação contida no genoma e sob o controle de sinais originários de interações que se multiplicam incessantemente em todos os níveis, dentro do próprio embrião e entre este e seu ambiente. Justamente dessa guia e desse controle é que deriva a expressão coordenada de milhares de genes estruturais que implica e confere um vínculo estreito com o organismo que se desenvolve no espaço e no tempo.
2. Continuidade. O 'novo ciclo vital' que se inicia com a fertilização prossegue sem interrupção - se se verificam as condições exigidas. Os eventos, p. ex. a replicação celular, a determinação celular, a diferenciação dos tecidos c~ a formação dos órgãos, aparecem, obviamente, como sucessivos. Mas o processo em si mesmo da formação do organismo é contínuo. É sempre o mesmo indivíduo que vai adquirindo sua forma definitiva. Se esse processo fosse interrompido, a qualquer momento, teríamos a morte do indivíduo. ]
3. Gradação. É uma lei intrínseca do processo de formação de um organismo pluricelular o fato de ele adquirir a sua forma final através da passagem de formas mais simples a formas cada vez mais complexas. Essa lei da gradação na aquisição da forma terminal implica que o embrião, a partir do estado de célula, mantenha permanentemente sua própria identidade e individualidade através de todo o processo (cf. ELIO SGRECCIA, Manual de Bioética; I - Fundamentos e Ética Biomédica, São Paulo, Edições Loyola, 1996, p.344-345).
A Fecundação ou Concepção ou Fertilização A fecundação do óvulo pelo espermatozóide se dá, de 12 a 24 horas após a ovulação. O zigoto avança para o útero, ao mesmo tempo que se iniciam no seu interior as primeiras divisões celulares. A Implantação ou Nidação Cerca de seis dias depois da fertilização, o processo de multiplicação da célula está em curso e o embrião (agora chamado blastócito) começa a implantar-se no revestimento nutriente do útero, o endométrio. A implantação no útero se completa em torno do 12º dia após a fertilização.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente da Provida de Anápolis
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