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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Preservativo não quer dizer "sexo seguro"



- Data de publicação: 2003-11-06
Presidente do Conselho Pontifício para a Família

Entrevista com o Cardeal López Trujillo

CIDADE DO VATICANO, 6 de novembro de 2003 (ZENIT.org).- Publicamos a seguir a entrevista que o cardeal Alfonso López Trujillo concedeu em 11 de outubro passado à Rádio Vaticana. Nela o purpurado colombiano denuncia a ineficácia do preservativo na prevenção das enfermidades de transmissão sexual ou como contraceptivo.

O cardeal López Trujillo é presidente do Conselho Pontifício para a Família.

--Por favor, o senhor pode definir sua posição exata, tal como explicou a BBC, no concernente à ineficácia do uso de preservativos para prevenir a expansão da AIDS?

--Cardeal López Trujillo: Sobre minhas declarações em uma recente entrevista no programa de Televisão da BBC «Panorama» sobre o uso de camisinhas para prevenir a expansão da AIDS, quero declarar o seguinte:

Pensava que o tema era menos conhecido. Ao contrário, estou surpreendido com algumas das reações. Isto é mais curioso ainda se se tem em conta que o programa ainda não foi transmitido. O tema do «sexo seguro» foi tratado em vários estudos científicos. Entre minhas preocupações estava minha intenção de não desorientar as pessoas, especialmente a juventude, ao fazer-lhes crer que há «segurança», quando de fato a segurança ainda não foi provada. Quantos jovens tomaram o caminho da promiscuidade impulsionados por hipóteses falsas, e caíram vítimas desta pandemia! Isto implica uma responsabilidade muito séria.

Na entrevista de uma hora que concedi à BBC acerca de diferentes temas com relação à família e à vida, uma pergunta foi relacionada ao «sexo seguro». Afirmei o seguinte: Ninguém pode falar realmente de «sexo seguro», levando as pessoas a acreditar que o uso de preservativos é a fórmula para evitar o risco de contaminação do HIV, e desta forma vencer a pandemia da AIDS. Tampouco se pode levar as pessoas a acreditar que os preservativos proporcionam uma segurança absoluta. Não se diz que há uma porcentagem grave de risco de contrair não somente a AIDS, mas também diferentes enfermidades transmitidas sexualmente, e que a porcentagem de fracasso é bastante alta.

--De que pesquisa científica se valeu o senhor para fazer esta afirmação?

--Cardeal López Trujillo: Há muitos estudos publicados que fazem surgir dúvidas fundamentadas em respeito à «segurança» do uso do preservativo. Jacques Suaudeau, doutor em Medicina, que seguiu de perto o debato e problema da AIDS na África, tem um importante artigo em nosso «Lexicon» cheio de anotações bibliográficas acerca do tema. Nós recebemos também notícias de um relatório de grupos que representam 10.000 médicos que acusam o «Centre for Disease Control» (CDC) nos Estados Unidos de ocultar a pesquisa do próprio governo, a qual mostrava a «ineficácia dos preservativos para prevenir a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis». Este informe do «Catholic Family and Human Rights Insitut» (um grupo em Nova York que controla os temas da ONU em relação à família e à vida) manifesta além disso que a rejeição do CDC de reconhecer este fato «contribuiu para a epidemia de doenças sexualmente transmissíveis».

--Qual é seu comentário sobre a resposta da Organização Mundial da Saúde (OMS)?

--Cardeal López Trujillo: Eu não vi resposta alguma da OMS, e isto não parece estranho, dado que o programa ainda não tenha sido transmitido. De qualquer maneira, a OMS tem um trabalho meritório no tratamento de muitas doenças. Mas a respeito do preservativo, eles deveriam empreender estudos científicos sérios e tomar um caminho mais eficaz, antes de assumir riscos. Por exemplo, a distribuição de preservativos a crianças e adolescentes em suas conhecidas campanhas constitui uma grave responsabilidade.

Eu simplesmente quis recordar ao público, apoiado na opinião de um bom número de especialistas, que quando o preservativo é empregado como contraceptivo, não é totalmente seguro, e que os casos de gravidez não são raros. No caso do vírus da AIDS --que é cerca de 450 vezes menor que um espermatozóide-- o material de látex do preservativo obviamente oferece uma segurança muito menor. Alguns estudos revelam que a permeabilidade dos preservativos pode chegar a 15% ou ainda a 20% dos casos. Sendo assim, falar do preservativo como «sexo seguro» representa um tipo de «roleta russa». E isso sem considerar outras possíveis razões para a falha do preservativo, tais como a degradação do látex devido à exposição solar e ao calor, assim como o rompimento.

--O que recomenda então a Igreja Católica na luta contra a AIDS?

--Cardeal López Trujillo: A Igreja compreende as dificuldades e angústias das pessoas, mas não pode ficar calada. Precisamente os valores morais da fidelidade mútua dos esposos, assim como a castidade, em si proporcionam uma verdadeira proteção e são conformes ao ser humano e ao sexo responsável, em contraposição ao sexo frívolo.

A Igreja vive próxima do drama que sofrem muitas famílias e pessoas. Hoje temos muitos centros para os enfermos. Há também vários institutos de pesquisa. Há muitas casas onde generosamente os enfermos em fase terminal recebem cuidados. Eu creio que não há país no qual a Igreja não tenha este serviço.

Muito importante: nós ajudamos muitos órfãos cujos pais morreram em decorrência da AIDS. Onde há fidelidade conjugal, promiscuidade --que é a principal causa da propagação da doença-- está superada. Onde há uma adequada orientação a respeito da sexualidade, uma compreensão da castidade, certamente se podem superar os riscos. Sendo assim, a Igreja convida todos à formação nos valores, especialmente a juventude, e ao respeito aos deveres da família, que constitui a única solução verdadeira ao problema. Alguns dizem que isto não é realista. Mas eu creio que o desafio mais sério é educar no e para o amor.

Tudo isto requer uma visão elevada do homem e da mulher, da fidelidade no matrimônio e da educação sexual, em virtude da qual seja levado em conta o aspecto moral do problema. As instituições que distribuem preservativos às crianças e nas escolas públicas são gravemente irresponsáveis. Os pais deveriam reagir, exercer seu direito a defender seus filhos de maneira que estes não sejam atacados por este violento tipo de interferência em seu mundo de inocência.

Ainda contemplando o problema só do ponto de vista da higiene, sem considerar a totalidade do problema moral, proponho que os Ministérios da Saúde exijam nas embalagens de preservativo e na publicidade, assim como nas estantes ou prateleiras onde são exibidos esses produtos, a inclusão da advertência de que o preservativo não é seguro. Isto se faz há tempos com os cigarros, advertindo de que o filtro não garante a proteção.

[Tradução do original realizada por Zenit]

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