A dar crédito a uma notícia, provinda da Folha Online, o Diretório Nacional de certo partido político (todos sabem qual é), no dia 17 de setembro/2009 – vejam só – puniu dois Deputados Federais, por terem comportamento não afinado com o partido, a respeito do aborto. O partido acima aludido tem princípios claramente definidos a favor da prática abortiva. Sabe-se até que seus líderes assumiram compromissos internacionais, pela sua implantação aqui no Brasil. (Ver o Periódico de defesa da vida e da família, de Anápolis). Todos nos sentiríamos muito felizes se a notícia da punição se referisse a roubos do dinheiro público, a traições contra os direitos dos mais pobres, a ausências constantes aos deveres parlamentares... Mas não, os Deputados foram punidos porque se definiram a favor dos mais fracos, que não tem capacidade de auto-defesa. Quando o vício adquire foros de virtude, e quando as boas ações são desclassificadas a ponto de serem punidas, existe um grave erro de princípio. Já lamentava Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades, de ver prosperar as injustiças, o homem chega a ter vergonha de ser honesto”.
Certos partidos políticos nasceram na sacristia das nossas igrejas. Guardaram, é verdade, seus ideais de liberdade. Mas por uma sina tradicional, a criatura se rebela contra o criador. Robustecidos por apoios eclesiais, adquirindo a maioridade, prestigiados pelo voto dos eleitores, tais agremiações se distinguem em contrariar suas origens: são a favor de uso de células-tronco embrionárias, contra a família tradicional, a favor de idéias abortistas... Não vou dizer que sejam ateus, mas não são religiosos. A sua sintonia está afinada com as grandes linhas do pensamento agnóstico moderno. Imagino o que vai no íntimo de políticos, católicos, que são forçados a aderir a esses princípios, condenados pela religião.O salmista prevê desfecho compreensível: “ O justo não se assenta na roda dos zombadores” (Sl 1, 1). Será que ainda existe tempo para o Diretório do Partido recompensar a quem preserva a sua liberdade de consciência, em vez de punir?
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por
CNBB
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